7.27.2004

(782) Mogadishu.

Aidid morre no hospital após ter sido baleado em combate. Num subúrbio da Capital, sinto que alguém me segue.
Estava ali em mais uma missão, imposta por Emil, o nosso comandante e resistente checo -que herdara o seu nome a partir do incansável corredor do século XX.
Estou cansado, suado, sujo. Nunca gostei destes climas e a condição humana que aqui se vive é execrável. Lixo, destruição, corpos tombados por todas as ruas e crianças que só conhecem o chorar.
Esta é a cidade das interrupções. Se há um momento de terrível silêncio é de estranhar.
A missão está completa. Evitei um mal maior e agora o futuro de Treblisi está nas mãos do seu fundador; Nizar. Não me sinto, contudo, completamente satisfeito. Não gosto do que fiz e isso deixa-me desconfortável.
Continuo a achar que estou a ser seguido. Olho em volta e nada. Ninguém, apenas eu e um imenso deserto de ruídos.

Espero que me venham buscar, tenho saudades de Orthoptera.