(782) Mogadishu.
Aidid morre no hospital após ter sido baleado em combate. Num subúrbio da Capital, sinto que alguém me segue.
Estava ali em mais uma missão, imposta por Emil, o nosso comandante e resistente checo -que herdara o seu nome a partir do incansável corredor do século XX.
Estou cansado, suado, sujo. Nunca gostei destes climas e a condição humana que aqui se vive é execrável. Lixo, destruição, corpos tombados por todas as ruas e crianças que só conhecem o chorar.
Esta é a cidade das interrupções. Se há um momento de terrível silêncio é de estranhar.
A missão está completa. Evitei um mal maior e agora o futuro de Treblisi está nas mãos do seu fundador; Nizar. Não me sinto, contudo, completamente satisfeito. Não gosto do que fiz e isso deixa-me desconfortável.
Continuo a achar que estou a ser seguido. Olho em volta e nada. Ninguém, apenas eu e um imenso deserto de ruídos.
Espero que me venham buscar, tenho saudades de Orthoptera.
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