(303) Edo - en ask
Edo (antiga Tóquio) sempre foi uma metrópole que me fascinou. A sua propensão tecnológica, num misto de cultura samurai-pop, sempre atraiu imensa população e não é à toa que esta é a cidade (país) com mais gente no mundo inteiro.
Quatrocentos anos depois da mudança de sistema político decidi visitá-la, afinal de contas foi aqui que pela última vez estive com Orthoptera.
Muita coisa mudou desde essa vez e a outrora fria e calculista Tóquio deu lugar a um espaço tremendamente humano e repleto de simbolismo. Os prédios, cada vez mais gigantes, assemelham-se a gigantescos CPUs. A sua transparência, vista do interior, é algo demasiado exorbitante e extravagante, mesmo para um homem do ano 3000. A cidade voyeur estava instalada.
Mas se por dentro o mundo está aberto como uma TV, de fora só vemos os milhões de anúncios vivos que cobrem os edifícios - como se de um gigantesco monitor LCD se tratasse.
Para além disso, estes novos materiais são auto-sustentáveis em termos energéticos. Não só absorvem a energia solar, como a eólica e ainda reciclam os passos individuais dos passeios públicos circundantes, transformando o movimento em calor e este em energia.
Todos os elementos poluídores são também transformados em combustível - apesar de cada vez mais haver menos para "queimar" (uma situação que faz lembrar o fatídico século XXII, o último da velha era).
Foi no Hotel Okura Garden Terrace que encontrei o que me levara aqui. Como esperava, uma caixa estava escondida no 1º andar- junto à galeria Horyuji- e nela podia estar a resposta a tudo o que se passou.
Afastei-me de todos e isolei-me no quarto que tinha requerido. Começava entretanto a sentir pequenas dores de cabeça que me avisavam que necessitava urgentemente de E-338, um acidificante, que em conjunto com python 1502Z, ajudava a suprimir o meu vício involuntário.
As marcas do passado em Mogadishu estavam latentes no meu corpo. Tentei-me controlar e abrir a caixa. Não esperava encontrar nada daquilo que lá estava...
<< Home